Mais uma vez, convidamos alguns escritores e críticos que trabalharam conosco durante o ano de 2021 para votar nos melhores livros do ano. E para a votação, houve somente um critério: os livros deviam ter sido lançados de janeiro em diante, podendo ser de ficção ou não-ficção, edições nacionais, estrangeiras e reedições.
O livro mais votado foi A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida.
Confira os resultados!
>> Schneider Carpeggiani, (crítico literário e editor do Pernambuco)
Menino sem passado – Silviano Santiago (Companhia das Letras)
Risque esta palavra – Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
Nossa parte de noite – Mariana Enriquez, tradução de Elisa Menezes (Editora Intrínseca)
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida (Todavia)
Vento vadio – Antônio Maria, organização de Guilherme Tauil (Todavia)
O lugar – Annie Ernaux, tradução de Marília Garcia (Fósforo)
Contos morais – J.M. Coetzee, tradução de José Rubens Siqueira (Companhia das Letras)
>> Igor Gomes (jornalista, editor-assistente do Pernambuco)
Enciclopédia Negra – organização de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia M. Schwarcz (Companhia das Letras)
Guerra contra Palmares: O manuscrito de 1858 – organização de Silvia Hunold Lara e Phablo Roberto Marchis Fachin (Chão Editora)
As almas do povo negro – W.E.B. Du Bois, tradução de Alexandre Boide (Editora Veneta)
O cometa + O fim da supremacia branca – W. E. Du Bois e Saidiya Hartman, tradução de André Capilé e Cecília Floresta (Fósforo Editora)
Abundância e liberdade – Pierre Charbonnier, tradução de Fabio Mascaro Querido (Boitempo)
>> Luis E. Jordán (repórter do Pernambuco)
Amoroso: Uma biografia de João Gilberto – Zuza Homem de Mello (Companhia das Letras)
Autobiografia do vermelho – Anne Carson, tradução de Ismar Tirelli Neto (Editora 34)
O conto não existe – Sérgio Sant’Anna, organização de Gustavo Pacheco e André Nigri (Cepe Editora)
Risque esta palavra – Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
Quatro peças: A gaivota, Tio Vânia, Três irmãs e O jardim das cerejeiras – Anton Tchékhov, tradução de Rubens Figueiredo (Penguin-Companhia)
>> André Santa Rosa (poeta e jornalista)
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida (Todavia)
Vida desinteressante: Fragmentos de memórias – Victor Heringer (Companhia das Letras)
Chifre – Adelaide Ivánova (Macondo Edições)
Nossa parte de noite – Mariana Enriquez, tradução de Elisa Menezes (Editora Intrínseca)
Robinson Crusoé e seus amigos – Leonardo Gandolfi (Editora 34)
>> Cidinha da Silva (escritora)
Continuo preta: A vida de Sueli Carneiro – Bianca Santana (Companhia das Letras)
O poço das marianas – Eliane Marques (Escola de Poesia)
Palavra preta – tatiana nascimento (Organismo)
Extraquadro – Ricardo Aleixo (Impressões de Minas e LIRA)
Estética e raça: Ensaios sobre a literatura negra – Luíz Maurício Azevedo (Editora Sulina)
>> Cristhiano Aguiar (crítico literário, escritor e professor da Universidade Mackenzie)
Nossa parte de noite – Mariana Enriquez, tradução de Elisa Menezes (Editora Intrínseca)
Odes – Horácio, tradução de Pedro Braga Falcão (Editora 34)
Loira suicida – Darcey Steinke, tradução de Simone Campos (Companhia das Letras)
Uma tristeza infinita – Antônio Xerxenesky (Companhia das Letras)
Claroscuro – Oscar Nestarez (Draco)
>> Edma de Góis (crítica literária, pesquisadora de pós-doutorado e professora colaboradora da Universidade do Estado da Bahia)
A extinção das abelhas – Natalia Borges Polesso (Companhia das Letras)
Os continentes de dentro – María Elena Morán (Zouk)
Kentukis – Samanta Schweblin, tradução de Livia Deorsola (Fósforo Editora)
Cartas a uma negra – Françoise Ega, tradução de Vinícius Carneiro (Todavia)
Romance: História de uma ideia – Julián Fuks (Companhia das Letras)
>> Fernanda Lobo (crítica literária e mestra em literatura pela USP)
Eu não sou a Pizarnik – Regina José Galindo, tradução de Julya Vasconcelos (Edições Flecha)
Uma compilação de poemas cheia da luz que há nas frestas.
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida (Todavia)
O encontro tão corriqueiro quanto complexo da brutalidade e da delicadeza, da culpa e da inocência da condição humana, iluminado pela forma vegetal.
Correntes – Olga Tokarczuk, tradução de Olga Bagińska-Shinzato (Todavia)
A prosa em pleno movimento. Um grande livro para as mulheres viajantes.
Terra fresca da sua tumba – Giovanna Rivero, tradução de Laura del Rey (Editora Jandaíra e Editora Incompleta)
Sempre se ouve por aí que nós não falamos sobre a morte. Este livro fala e amplia.
Língua e realidade – Vilém Flusser (É Realizações)
Um grande livro de filosofia da linguagem na prosa fascinante de Flusser.
>> Giovanna Dealtry (crítica literária, escritora e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Treze de maio e outras estórias do pós-abolição – Astolfo Marques, organização de Matheus Gato (Fósforo Editora)
Primeira reunião de textos do intelectual negro Astolfo Marques (1876-1918), nascido em São Luís (MA). Além de revelar como as ideias pós-abolicionistas e republicanas circulavam fora do Rio de Janeiro, a antologia nos apresenta um autor de verve moderna.
Front – Edmilson de Almeida Pereira (Editora Nós)
Difícil escolher entre um dos três romances publicados esse ano pelo já conhecido e premiado poeta. Front foge das saídas usuais naturalistas/realistas na linguagem e nas imagens ao tratar da desigualdade social nas grandes cidades.
O mundo desdobrável: Ensaios para depois do fim – Carola Saavedra (Relicário Edições)
O primordial nos bem-sucedidos livros de ensaios é a criação de um curto-circuito entre as ideias. Carola Saavedra oferece esse choque em um gênero ainda pouco explorado no Brasil.
Mérito – Rachel Cusk, tradução de Fernanda Abreu (Todavia)
Último volume da trilogia romanesca da autora britânica-canadense. O próprio gênero “romance” colapsa ao longo da série, junto com a ideia convencional de personagem e trama. Resta a linguagem e o desejo de acreditar nelas.
Passeios com Robert Walser – Carl Seelig, tradução de Douglas Pompeu (Editora Papéis Selvagens)
Vinte anos de caminhadas e conversas sobre vida e literatura entre o escritor suíço Robert Walser (1878-1956) e o editor Carl Seelig (1894-1962). Andar e escrever como práticas inseparáveis.
>> Kelvin Falcão Klein (crítico literário, escritor e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
Poeta chileno – Alejandro Zambra, tradução de Miguel Del Castillo (Companhia das Letras)
Os amnésicos: história de uma família europeia – Géraldine Schwarz, tradução Ana Martini (Âyiné)
A vida dos outros e a minha – Claudia Cavalcanti (Editora Cultura e Barbárie)
Risque esta palavra – Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
Homo poeticus – Danilo Kiš, tradução de Aleksandar Jovanović (Âyiné)
>> Leonardo Nascimento (jornalista, cursa o doutorado em Antropologia Social no Museu Nacional/UFRJ)
Apoio mútuo: Um fator de evolução – Piotr Kropotkin (Biblioteca Terra Livre)
As almas do povo negro – W.E.B. Du Bois, tradução de Alexandre Boide (Editora Veneta)
A universidade desconhecida – Roberto Bolaño, tradução de Josely Vianna Baptista (Companhia das Letras)
Autobiografia do vermelho – Anne Carson, tradução de Ismar Tirelli Neto (Editora 34)
A vulva é uma ferida aberta & outros ensaios – Gloria Anzaldúa, tradução de tatiana nascimento (A Bolha Editora)
Conversas com Cézanne – organização de Michael Doran, tradução de Julia Vidile (Editora 34)
Eisejuaz – Sara Gallardo, tradução de Mariana Sanchez. (Relicário Edições)
Poética da relação – Édouard Glissant, tradução de Marcela Vieira e Eduardo Jorge Oliveira (Bazar do Tempo)
Rastejando até Belém – Joan Didion, tradução de Maria Cecilia Brandi (Todavia)
Sobre a terra somos belos por um instante – Ocean Vuong, tradução Rogerio W. Galindo (Editora Rocco).
>> Nuno Figueirôa (jornalista)
A universidade desconhecida – Roberto Bolaño, trad. de Josely Vianna Baptista (Companhia das Letras)
Poeta chileno – Alejandro Zambra, trad. de Miguel Del Castillo (Companhia das Letras)
A dama de branco – Sérgio Sant’Anna, organização de Gustavo Pacheco (Companhia das Letras)
Na casa dos sonhos – Carmen Maria Machado, trad. de Ana Guadalupe (Companhia das Letras)
Risque esta palavra – Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida (Todavia)
Nossa parte de noite – Mariana Enriquez, trad. de Elisa Menezes (Editora Intrínseca)
O conto não existe – Sérgio Sant’Anna, org. de Gustavo Pacheco e André Nigri (Cepe Editora)
As mulheres de Tijucopapo – Marilene Felinto (Ubu Editora)
Viagem ao país do futuro – Isabel Lucas (Cepe Editora)
>> Pedro Henrique Muller (ator e youtuber no canal Pedro Henrique Muller, dedicado à literatura)
Manual do Minotauro – Laerte (Quadrinhos na Cia.)
Autobiografia do vermelho – Anne Carson, tradução de Ismar Tirelli Neto (Editora 34)
Quatro peças: A gaivota, Tio Vânia, Três irmãs e O jardim das cerejeiras – Anton Tchékhov, tradução de Rubens Figueiredo (Penguin-Companhia)
Mestres antigos –Thomas Bernhard, tradução de Sergio Tellaroli (Companhia das Letras)
Discurso sobre a metástase – André Sant’Anna (Editora Todavia)
By Heart e outras peças – Tiago Rodrigues (Editora 34)
Passeios com Robert Walser – Carl Seelig, tradução de Douglas Pompeu (Papéis Selvagens)
Um antídoto contra a solidão – David Foster Wallace, tradução de Sara Grünhagen e Caetano W. Galindo (Âyiné)
>> Priscilla Campos (jornalista, editora, crítica literária, cursa o doutorado em Letras/USP)
Escrever – Marguerite Duras, tradução de Luciene Guimarães de Oliveira (Relicário Edições)
Lá embaixo – Leonora Carrington, tradução de Alexandre Barbosa de Souza (100/cabeças)
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida (Todavia)
A universidade desconhecida – Roberto Bolaño, tradução de Josely Vianna Baptista (Companhia das Letras)
Essa dama bate bué! – Yara Nakahanda Monteiro (Todavia)
Também guardamos pedras aqui – Luiza Romão (Editora Nós)
Eu não sou a Pizarnik – Regina José Galindo, tradução de Julya Vasconcelos (Edições Flecha)
Faço uma menção especial a esse livro, que tive a felicidade em editar, por ser a primeira obra literária da artista visual e poeta guatemalteca no Brasil. A poesia de Galindo tem como ponto de contato um território latino-americano ferido pela violência de gênero que se faz continuado no fio da navalha do poema. Uma escrita que permanece em diálogo também com a produção artística visual da poeta, uma lista de obras e performances que atravessam mais de três décadas.
>> Socorro Acioli (escritora)
Kentukis – Samanta Schweblin, tradução de Livia Deorsola (Fósforo Editora)
E por olhar tudo, nada via – Margo Glantz, tradução de Paloma Vidal (Relicário Edições)
A visão das plantas – Djaimilia Pereira de Almeida (Todavia)
Vento vadio – Antônio Maria, organização de Guilherme Tauil (Todavia)
Poeta chileno – Alejandro Zambra, tradução Miguel Del Castillo (Companhia das Letras)
>> Victor da Rosa (crítico literário e professor da Universidade Federal de Ouro Preto)
Poesia reunida (1968-2021) – Leonardo Fróes (Editora 34)
Eisejuaz – Sara Gallardo, tradução de Mariana Sanchez. (Relicário Edições)
João Cabral de Melo Neto: Uma biografia – Ivan Marques (Todavia)
Risque esta palavra – Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
Diários: 1909-1923 – Franz Kafka, tradução Sergio Tellaroli (Todavia)